Estamos vivendo em épocas marcadas por pragmatismo e sincretismo. A modernidade nos deu um framework que prioriza a racionalidade e o pensamento sistêmico. Como resultado, nos tornamos uma cultura de passos e modelos. Esta mesma maneira de pensar se infiltrou nos campos da eclesiologia e missiologia. Temos sintetizado pensamento missional em modelos e passos que nos ajudam a cumprir a meta.
A Bíblia nem sempre concorda com a nossa estrutura moderna de pensamento. O pragmatismo missionário ocidental muitas vezes descobre que obter um “modelo” bíblico de ação missionária requer uma vida inteira de reflexão. O livro de Atos nos mostra que acima de tudo a Igreja é um organismo vivo capaz de se adaptar a qualquer contexto cultural; moderno ou indígena. O que a Bíblia nos fornece então, não é uma “regra” de passos ou modelos, mas sim um padrão da intencionalidade missionária de Deus.
Não há nenhum outro livro bíblico que retrata a consistente história de redenção de Deus mais do que o livro dos Juízes. Ao longo de sua totalidade, somos capazes de identificar o seguinte ciclo: Os israelitas abandonam a Deus, conseqüentemente eles encontram sofrimento, eles clamam a Deus por misericórdia, que, em seguida, levanta um juiz (líder) para conduzir-los à redenção.
Nos capítulos 6 a 11, encontramos a história de Gideão, um desses juízes usados por Deus para conduzir seu povo a redenção. Somos capazes de ver a soberania de Deus sobre a missão na vida deste juiz de Israel. Vemos principalmente três intenções missiológicas da parte de Deus. Primeiro, Deus é o iniciador da missão. Segundo, Deus é quem lança a visão, é o planejador. Em terceiro lugar, Deus é o executor de sua missão.
Vemos Deus iniciar a missão quando Ele mesmo aborda Gideão (Juízes. 6:11) chamando-o para participar na redenção de Israel. Em segundo lugar, Deus estabelece a estratégia para cumprir a sua missão, dizendo a Gideão como escolher o seu exército. E, finalmente, vemos em Juízes 7:7, que Deus é o executor da missão e o salvador de seu povo.
Durante toda esta leitura, torna-se claro que o que Deus está realmente procurando para desenvolver a sua missão é alguém que pode escutar a chamado de Deus, capturar a sua visão de graça para os perdidos e depender do poder de Deus para o cumprimento da mesma. Que grande lição de como devemos prosseguir na participação da missão de Deus em redimir toda a terra!
André Rocha
Meu nome é André. Eu sou pastor e missionário atualmente morando em San Diego, nos EUA. Eu gosto de cruzar culturas, consumir café e comunicar de Cristo. Igreja e missão são coisas importantes para mim. Tenho um Bacharel em Teologia com especialização em Missões Urbanas pela Faculdade Teológica Sul Americana em Londrina, no Paraná e também um Mestrado em Estudos Interculturais pelo Fuller Theological Seminary que fica em Pasadena, na Califórnia.